There are indeed publications on 1980 Yellowstone fires and their impact on wildlife. I've attached a conference paper by Mark Boyce and Evelyn Merrill.
Boyce, M. S. & E. H. Merrill, 1991. Effects of the 1988 fires on ungulates in Yellowstone National Park. Proceedings of the Tall Timbers Fire Ecology Conference, 17: 121–132.
Also attached is a paper published by United States Geological Survey regarding impacts of fire on animal populations.
Sorry, at the moment it is all we have. But we are writting the full manuscript on this issue in english. So hopefully, soon you will have something more to read :).
I didn't know that one. Besides its a different ecosystem (we work in mediterranean) it is a very interesting approach and in the near future forest fires could be everywhere...
Se ajudar alguma coisa, deixo, já com 12 anos e por compilação bibliográfica o que escrevi há 12 anos aqui: Thesis As Vantagens do Fogo Controlado na Gestão de Ecossistemas em Portugal
5.4.1.2 – Efeitos sobre a fauna
De um modo geral, os efeitos indirectos do fogo controlado sobre as populações animais que vivem na dependência de uma determinada comunidade vegetal, que de repente deixa de existir, são bastante mais importantes que a mortalidade directamente provocada pelo fogo (Silva, sd.).
Com efeito, a reocupação de um local pela fauna, processa-se de acordo com o restabelecimento das comunidades vegetais. As espécies generalistas instalam-se num período de tempo curto. Contudo, quando se estabelecem relações de específicidade entre uma planta e uma determinada espécie animal, a permanência deste está associada à presença dessa mesma espécie, pelo que a extinção local da espécie vegetal, acarreta também o desaparecimento do animal.
No entanto, tal como vimos que sucede nas comunidades vegetais, a fauna típica das comunidades afectadas ciclicamente pelo fogo desenvolve adaptações a este fenómeno, como determinadas comportamentos como seja a migração na época propícia, a tendência para armazenar alimentos ou a instalação de galerias subterrâneas (Arquero et al., 1991).
5.4.1.2.1 Fauna do solo
Em relação aos animais que vivem no solo, verifica-se, em geral, uma diminuição importante das populações das diferentes espécies que habitam nas camadas mais superficiais do solo e da manta morta. Por exemplo sobre os insectos Ortópteros, as queimas parecem ter um impacto negativo e relativamente longo (Botelho et al., 2002). Também os miriápodes vêm uma redução de densidade populacional (RUIZ, 2001), enquanto outros grupos, como os Carabídeos apresentem pouca mortalidade, mantendo a abundância e a riqueza específica (Silva et al., 2001). As espécies que melhor respondem ao fogo são os Collembolos, os Coleópteros e os Himenópteros (Silva et al., 2001), podendo ver aumentada a diversidade de espécies existente, devido à capacidade que algumas têm para colonizar o novo meio (Silva, sd.). É igualmente esta capacidade para colonizar um novo meio que pode levar ao aumento de algumas pragas florestais.
5.4.1.2.2 - Microfauna
A sobrevivência de pequenos animais depende de vários factores como a intensidade, o tamanho e a duração da queima, tanto quanto a mobilidade, a posição do animal relativamente ao fogo, etc. Visto que muitos animais pequeno, como os roedores ou a herpetofauna, vivem em buracos abaixo da superfície, ficam assim protegidos da acção das chamas. Embora alguns possam morrer sufocados , algumas espécies, sobretudo répteis, podem beneficiar com a queima (Rummer et al., 2002). Animais com mobilidade limitada e que se encontrem na superfície ficam expostos à acção directa das chamas e ao aumento de temperatura. Contudo, espécies som boa mobilidade não são afectadas pelo fogo controlado, dada a pequena dimensão das parcelas tratadas, como é o caso do Esquilo vermelho (Sciurus vulgaris) na Região Norte de Portugal (Delgado, sd.).
Assim, algumas espécies, entre elas pequenos roedores, podem ver a sua população reduzida quer pela mortalidade, quer pelas alterações drásticas nas condições ambientais locais resultantes da queima. Porém, muitas espécies adaptam-se perfeitamente às novas condições, podendo inclusivamente aumentar a sua densidade populacional.
A análise demográfica às populações do pequeno roedor Apodemus sylvaticus em matos mediterrânicos franceses indica que o fogo controlado não resulta num significante aumento da mortalidade. Foi assinalado um decréscimo seis meses após a quiema, mas compensado quatro meses depois. Ambas as variações não excederam o intervalo de variação da mortalidade padrão (Botelho et al., 2002). Igualmente para a espécie australiana Antechinus stuartii, as diferenças populacionais observadas após fogos controlados de baixa intensidade por Catling et al. (1989) resultaram do ciclo de vida da espécie mais do que do efeito do fogo.
5.4.1.2.3 Avifauna
A resposta das aves ao fogo controlado depende, acima de tudo das necessidades específicas em alimentação e abrigo. O aumento das populações de insectos pode levar ao aumento das comunidades insectívoras, com destaque para os piciformes e toutinegras.
Em pinhais do norte de Portugal, o efeito do fogo controlado na densidade da comunidade avifaunistica parece ser estritamente relacionado com a estrutura da vegetação arbustiva. Modificações estruturais, como a criação de espaços abertos pode beneficiar as aves que vivem no solo, como as perdizes ou as codornizes. Pelo contrário, as espécies de aves que dependem de uma estruturação mais complexa do meio para a nidificação e alimentação, são normalmente prejudicadas, sobretudo durante os primeiros anos, até à recolonização da área pela vegetação. Por exemplo, o passeriforme Sylvia undata desaparece nos dois primeiros anos após o fogo controlado. Outras espécies, como Parus ater, dependem das copas das árvores e não se vêm afectadas pela queima (Botelho et al., 2002).
Mesmo em estudos referentes aos efeitos dos incêndios estivais, alguns em Portugal (ALMEIDA, 1991; MOREIRA et al., 2001b), apesar de mudanças nas densidades relativas, não se registaram alterações na riqueza específica da Avifauna. Assim, parafraseando ALEXANDER et al. (2005), o fogo controlado tem, sobre a avifauna, um efeito negligenciável.
5.4.1.2.4 Grandes mamíferos
Também em relação a este grupo, ao efeitos da queima podem variar, dependendo da intensidade e da área queimada. É comum a utilização do fogo controlado como forma de melhorar as condições de pastoreio de espécies cinegéticas, incluindo grandes herbívoros como o veado, dada a maior diversidade de vegetação e a disponibilidade de tecidos mais tenros nas novas plantas e rebentos.
Nos ecossistemas mediterrânicos, os benefícios do fogo controlado normalmente compensam as perdas. A ocorrência de animais é um produto do habitat, o que por sua vez, nas nossas regiões, não deixa de ser um produto do fogo que, assim, pode ser considerado benéfico para os animais selvagens, dado que através dele o meio heterogeniza-se, aparecendo mosaicos de habitats diversos que aumentam a capacidade do meio em suportar comunidades complexas, com vastas gamas de nichos e preferências ecológicas.